segunda-feira, 31 de março de 2008
A MORTE DE PORTUGAL
Este é o título de um ensaio de Miguel Real (edição Campo das Letras)
que foi recomendado por José Amaral,no seu Ad Litteram.
São cento e poucas páginas que,para um viciado na leitura como eu,se devoram num instantinho.
Acontece que o interesse da matéria me põe a leitura em stand by,quase a cada parágrafo,e o espírito vai vadiando,comparando,reflectindo...
Chega ao desplante de vadiar por zonas com que o ensaio nada terá,directamente,a ver.
A leitura viciada é rápida.
A LEITURA é muito lenta.
Não tenho coragem para emitir opinião...
Limito-me a aconselhar,vivamente,a sua leitura.
São 10 euros bem empregues.
Deixo-vos,para abrir o apetite,a transcrição da contra-capa:
Na linha de Eduardo Lourenço,este pequeno ensaio diligencia desenhar os quatro complexos culturais por que Portugal se foi concebendo a si próprio ao longo de 800 anos de História:ora um país gerado exemplarmente no mais remoto dos tempos e contra as difíceis circunstâncias (Viriato);ora um país que,durante e após os Descobrimentos,se vê a si próprio como nação superior às demais,sintetizada na majestática arquitectónica do Quinto Império do padre António Vieira,Fernando Pessoa e Agostinho da Silva;ora um país que,fracassado o sonho grandiloquente do Império,se lastima e se penitencia,considerando-se nação inferior,passível de máxima humilhação (Marquês de Pombal);ora,finalmente,país mesquinho,venenoso e bárbaro,permanentemente ansioso de purificação ortodoxa,no qual cada corrente política e intelectual tem sobrevivido da canibalização das correntes adversárias,negando-as e humilhando-as.Por efeito do ambiente educacional e social,cada português percorre na sua vida,recorrente e ciclicamente,estas quatro figurações da sua história e da sua cultura.
Vale a pena ler o ensaio.
Vale a pena visitar o blog de José Amaral em:
http://cmatossantiago.no.sapo.pt
AD LITTERAM
O FIM DO MUNDO
Pyotr Kuznetsov é o líder de uma seita que vive entrincheirada em Nikolskaya (Rússia).
O grupo tem cerca de trinta pessoas e acredita que cartões de crédito e códigos de barras são "produtos" satânicos,anunciadores do fim do mundo.
O mundo acabará,segundo a sua crença,em Abril ou Maio.
Por isso,encerraram-se num bunker aguardando o fim.
A polícia tenta negociar a libertação de cinco crianças.
Fotografia de Denis Sinyakov/Reuters
ABELHUDOS
domingo, 30 de março de 2008
NELSON CAVAQUINHO
- E tenho dito!
Nesse mesmo disco fui abduzido pelo Cartola, com a linda gravação de Acontece. Mas esse outro mestre fica para outra ocasião. Escolhi dois vídeos para colocar no blog, com sambas geniais.
Pranto de Poeta, com Guilherme de Brito, tem oito versos e pronto! Nelson aborda um dos temas mais constantes de sua obra: a morte. Mas, como o Nelson Rodrigues do samba, fala da bruxa com a poesia de sempre, é sua matéria prima, como os tipos, os dramas e alegrias do povo brasileiro.
“Em Mangueira quando morre um poeta todos choram
Vivo tranqüilo em Mangueira porque
Sei que alguém há de chorar
Quando eu morrer´
Mas o pranto em Mangueira é tão diferente
É um pranto sem lenço que alegra a gente
Hei de ter um alguém pra chorar por mim
Através de um pandeiro e de um tamborim”
"Revertério" é o nome da música do segundo vídeo. Composição da segunda metade da década de 50, também em parceria com Guilherme de Brito:
“Do pó vieste e para o pó irás
Neste planeta tudo se desfaz
Não deves sorrir do mal-estar de alguém
Porque o teu castigo chegará também
Vives como um fidalgo
Guardes a tua riqueza
Que eu ficarei com a pobreza
Eu me considero rico em ser pobre
Sejas como eu que sempre soube ser nobre
Tens um coração de pedra, de ninguém tens dó
Tu também és um que vieste do pó
Vives como um fidalgo
Guardes a tua riqueza
Que eu ficarei com a pobreza”
Este samba não se enquadra na observação "métrica" que fiz acima, talvez por se tratar de um tema vasto, discutido desde que o homem é homem: a pobreza e a riqueza, conceitos demasiadamente humanos.
Eu ia dar por dito meu trabalho por aqui, mas lembrei-me de outro vídeozinho que não poderia deixar de mostrar, não tanto pelo samba – mais um de seus quase haikays geniais – mas pela ambientação: o botequim à noite, com o sambista e seu violão e os amigos em volta – mulheres e crianças primeiro, diria seu xará que era almirante. Salut!
tu não me queiras mal
hoje é carnaval
partirei para bem longe
não precisas te preocupar
só voltarei pra casa
quando o carnaval acabar,acabar”
sábado, 29 de março de 2008
HILLARY PROVA!
SENTENÇA INUSITADA DE UM JUÍZ NO SUL DE MINAS
sexta-feira, 28 de março de 2008
MOEDA COMEMORATIVA
quinta-feira, 27 de março de 2008
ENFERMEIRAS
quarta-feira, 26 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
A DISCIPLINA É UMA PRIORIDADE
NOVOS COBRADORES/CASAMENTOS
segunda-feira, 24 de março de 2008
É LINDO,O AMOR!
domingo, 23 de março de 2008
VISITA PASCAL
TEMAS FRACTURANTES
sábado, 22 de março de 2008
sexta-feira, 21 de março de 2008
VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
quarta-feira, 19 de março de 2008
terça-feira, 18 de março de 2008
FORCADOS
A verdade é bem outra.
Um grupo de forcados é uma grande ESCOLA de vida.
Ali aprende-se a praticar o companheirismo e a solidariedade.
Aprendem-se os princípios e os valores básicos da vida.
O dinheiro e a côr da pele não têm o menor valor.
É uma escola de respeito.
segunda-feira, 17 de março de 2008
RELÓGIO DA TORRE DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
RIO DE JANEIRO
domingo, 16 de março de 2008
A REALIDADE
sábado, 15 de março de 2008
sexta-feira, 14 de março de 2008
O NOSSO CARIBE
Arraial do Cabo é o lugar mais bonito de toda a costa brasileira. Falo com alegria por ser tão perto do Rio de Janeiro. E com tristeza por saber que as péssimas administrações do estado e do município conseguiram detonar a cidade, suas lindas praias e quase tudo por lá. Imagine essa praia da foto acima, sem construções, sem quiosques ou automóveis estacionados na areia. Nem as árvores tinham crescido ainda.
No início dos anos 70, fomos acampar em Arraial. Éramos dois casais, simpáticos, ainda vivos, mas não casados entre si. Fomos de ônibus, carregando um pára-quedas que ganhei de um tio que era do exército e ia ser jogado fora - o pára-quedas, não o tio. Chegamos ao final da tarde na Prainha, que fica logo na entrada da cidade. Não tinha uma árvore para amarrar a nossa estranha barraca verde. Conseguimos uma madeira para servir de mastro central. Armamos tudo marromenos e fizemos nossa fogueirinha, tocamos violãozinho e fomos dormir. O vento da madrugada levantou o pára-quedas, é claro. Afinal, sua função nesse mundo é voar. Parecia uma saia de colegial voltando pra casa em plena tarde de sudoeste. Um pouco mais adiante tinha alguns rapazes acampados que nos deram uma mãozinha fundamental: arranjaram uma madeira maior para segurar a cobertura e nos ajudaram a fazer uma base de areia na parte de dentro, em círculo, para o vento não levar. Olhando de fora, a barraca parecia uma bolha, como os vestidos da moda no último verão, prá derrotar a brisa e os olhares da rapaziada. Foi a primeira suíte em que me hospedei na vida, confortável e espaçosa. Só tinha um problema: o banheiro era do lado de fora.
Todos os dias, sete da matina, o nylon transformava nossa alcova em sauna, éramos enxotados porta a fora, de encontro ao esplendor implacável da natureza em volta. Mas era ótimo, pois o que importava era a praia: do lado direito, uma elevação com uma aldeia de pescadores, que, ficamos sabendo depois, eram os donos da tal madeira. Conversa vai, conversa vem, acabamos amigos e ajudantes de arrastão, quando recebíamos peixes pelo trabalho. Aos 19, 20 anos, não tinha a menor idéia de como fritar um peixe, muito menos num fugareirinho de uma boca na beira da praia, com um vento danado e uma fome urgente, capaz de motivar assassinatos. Aí entraram em cena as mulheres dos pescadores: cozinhavam arroz e fritavam os peixes para nós. Maravilha maior não existe mais nesse mundo de deuses. Hoje, só com cartão de crédito. Retribuíamos tocando violão sob as estrelas, o mar fazendo o coral com suas ondas mais sonoras, ao pé da letra. Do lado esquerdo da praia, uma pedra enorme, inabitável, que adentrava, toda poderosa, o mar, que insistia em bater em sua base, talvez pensando em furá-la, não se sabe pra quê. Coisa da misteriosa Natureza. Na areia, uma pequena birosca, onde comprávamos água mineral e cerveja morna. Como se diz hoje em dia, cash. A Prainha era um pequeno paraíso na face da terra e ali ficamos duas semanas, tomando banho de água doce, vezenquando, num balneário em Arraial do Cabo, onde comíamos um sanduba pra enriquecer a dieta. A cidade era pequena mesmo, colonial, uma jóia muito mais valiosa do que Armação dos Búzios, que hoje detém a coroa por ter conseguido conter a sanha da especulação imobiliária e da desordem urbana que o ser humano instala em qualquer buraco, feio ou bonito. É inerente à condição humana. Hoje se fala muito na preservação do meio ambiente. Já falávamos naquele tempo. Agora, que já passou da hora, a fila andou. É melhor preservar os demais planetas. Enquanto animal que vive em sociedade, o homem pagou um preço muito caro pela sua confortável sobrevivência.
VALORIZAÇÃO DO EURO
quinta-feira, 13 de março de 2008
O LÍDER DA OPOSIÇÃO
Publicada em 13 de Março.
terça-feira, 11 de março de 2008
E SE MANÉ GARRINCHA JOGASSE HOJE?
UM TEXTO DO PEDRO BIAL
Pense nisso...
(Pedro Bial)
Tudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia.
Estas são as coisas que aprendi:
1. Compartilhe tudo;
2. Jogue dentro das regras;
3. Não bata nos outros;
4. Coloque as coisas de volta onde pegou;
5. Arrume sua bagunça;
6. Não pegue as coisas dos outros;
7. Peça desculpas quando machucar alguém; mas peça mesmo !!!
8. Lave as mãos antes de comer e agradeça a Deus antes de deitar;
9. Dê descarga; (esse é importante)
10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você;
11. Respeite o limite dos outros;
12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... desenhe... pinte... cante... dance... brinque... trabalhe um pouco todos os dias;
13. Tire uma soneca a tarde; (isso é muito bom)
14. Quando sair, cuidado com os carros;
15. Dê a mão e fique junto;
16. Repare nas maravilhas da vida;
17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... nós também.
Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e sofisticados e aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo, ao seu mundo e vai ver como ele é verdadeiro, claro e firme. Pense como o mundo seria melhor se todos nós, no mundo todo, tivéssemos biscoitos e leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com um cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra básica, devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a bagunça ao sair. Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos. É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.
"O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver"...