sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

GUARDA-REDES


É uma especialidade complicada.

Na equipa,a sua função é impedir golos da equipa adversária.

Pode ser o melhor do mundo,mas não é imbatível.

Se a sua própria equipa o deixar sózinho à mercê da equipa adversária ele,forçosamente,sofrerá golos.

Como todos os jogadores tem dias bons e dias maus...

Mas os dias maus de um guarda-redes são os que,normalmente,são contabilizados na sua carreira.

Ele não verá contabilizados os golos que impediu.

Verá contabilizados os que sofreu e quantos "frangos" deu.

Os outros colegas de equipa têm,normalmente,ocasião para se adaptarem a outras posições.

O guarda-redes,salvo raríssimas excepções,nasce e morre guarda-redes.

No Campeonato de Portugal temos 16 guarda-redes mais conhecidos:os normalmente titulares.Geralmente,todas as equipas têm mais 2 guarda-redes.Quer dizer,há mais 32 especialistas que ninguém conhece...

E o guarda-redes é,quase,como um cirurgião:precisa da prática suficiente para estar apto!Não lhe bastam os treinos ou uma sabatina entre os colegas...

Dos tais 16,quantos são portugueses?

Que é feita daquelas promessas,eventuais guarda-redes da selecção nacional?

Será que não jogando,porque são suplentes das suas equipes,algum dia alcançarão um patamar superior?

Ou passarão vários anos,bem pagos,sem oportunidade de exercerem a sua especialidade,a "emperrarem" e não sairem das tais promessas?

Temos tido,e ainda temos,grandes guarda-redes.

Mas quantas promessas vemos encostada ao tal lugar de suplente?

Tal como ao guarda-redes,ao cirurgião também mais fàcilmente são contabilizados meia dúzia de insucessos do que os milhares de vidas que salvou.

Tal como o cirurgião,o guarda-redes precisa de praticar sèriamente a sua especialidade.

Um exemplo de grande guarda-redes é um profissional que,mercê da grande equipa que integrava,poucas vezes era posto à prova.

Geralmente,tinha que reagir a frio.

Ele estava lá.

Com competência.

Com autoridade.

Grande Vítor Baía!

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