terça-feira, 16 de abril de 2013

MISSA DE CORPO AUSENTE



"Navegar ao sabor do vento, a paz, o sonho, a construção enérgica que tento"

Aminhapele nasceu hoje, faz uns anos, e procurou viver assim a sua vida.
Hoje não venho aqui escrever poesia. Nem prosa, sequer poética.
Só deixar uma saudade, citando poetas:  ele próprio e a ausência, segundo Drummond, em homenagem aos amigos brasileiros com quem parecemos ter tanta afinidade. Que ela continue aqui a trazer amigos, também, "maiores que o pensamento", como "o vento!


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Correndo pro analista... (da série "Meus Queridos Cartunistas" )


Me dei-me a mim mesmo e à minha querida patroa, dois exemplares daquele iPod piquinininho, mas muito minimuzin, uma verdadeira joinha. Com preço de joia, é claro. Neste reveinhão completamos mais um ano de relação. Em colaboração à moral cristã, completo este ano 34 anos de casado, em três matrimônios e vários frilanceres. O atual tem agora 22 anos. O que o iPod tem a ver com isso? Bem, por observação empírica de casais nos restaurantes, bares, viagens, hotéis e salas de esperas diversas, casamentos longos ficam em silêncio. As pessoas não conversam mais. Devem ficar pensando em novas acusações ao companheiro/a, além daquele manjada frase feminina, que sempre serve de desculpa para tudo, da infidelidade ao alzaimer:
- Você nunca quer conversar! (e suas variações, com a inclusão de "discutir a relação"...).
Então, mais uma vez a tecnologia nos ajuda a atravessar essa fase, ou melhor, essa frase, que, dizem, dura sete anos e poucos casamentos sobrevivem a ela: o iPod. Som excelente, música de qualidade (afinal é você quem escolhe), e, comparando aos celulares, que estão cada vez maiores, o aparelhinho da Apple é invisível. A gente só vê o fio do auricular, e espero que a empresa jobsiniana suma com ele também. Assim, quando as palavras fugirem com o vento da idade, a música assumirá, finalmente, sua importância na vida dos humanos. Então, se a crise dos 21 é inevitável, relaxe e goze!

Ps: Em cumprimento às regras do último Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, estou escrevendo do jeito que falo. Enquanto falo...