domingo, 1 de maio de 2011

1º DE MAIO,DO POVO

Abriram-se as portas do Museu e,finalmente,naquela ala de bigodaças e façanhudos,fez-se a farra!
Meninas e meninos,fardados a preceito,encheram a galeria engalanada com mangericos e sardinheiras.
Nas colunas de som,muito rufenhas por falta de uso,ouvia-se a voz graciosa da Dra.KG.
Várias Donas Marias afadigavam-se a servir capilé e groselha à moçarada.
A moçarada,acompanhada pelas palmas de tios e tias,ia dançando um alegre"ora ponha aqui o seu pezinho".
Os mais velhos,descontraídos,iam retirando os polainitos e,queixando-se de uma unha encravada,apalpavam o rabo da Dona Maria que lhe aliviasse os pés.
Tudo correu bem.Mesmo quando apareceu o INEM para retirar uma espinha de carapau,maldosamente encravada na graciosa garganta de uma peralvilha,ninguém perdeu a compostura.
Os diplomatas estrangeiros,embevecidos,pedem mais capilé.
A imprensa internacional,representada pelo Amigo do Povo(de Tripoli),teceu os mais rasgados elogios à iniciativa.
Os anfitriões,à altura,congratularam-se com o êxito da iniciativa e,por vontade de Deus,que o 1º de Maio tenha sido a um domingo e não se venha a reflectir no déficite do Estado ao lado.
Para o Bobbyzé,que queria saber como seria uma farra naquelas paragens...