Por duas vezes assisti a uma cena que,durante décadas,foi repetida...
Nos tempos em que estava no activo,saía do trabalho antes de almoço (assim que conseguisse encerrar o "dia") e só regressava na 2ªfeira da pascuela.
Era sempre um almoço fora de horas e avantajado,sem pressas nem resguardos...
A essas horas,normalmente,aparecem os vendedores e cobradores para receberem as encomendas.
Então,quando apareceu um que pretendia receber,o meu amigo Zé Manel(grande fiteiro) lançou as mãos ao pescoço e desatou a tremer.E gritou lá para cima:
Ó Alice!anda cá baixo,que me está a dar uma "coisa"!
Está aqui um homem a falar em dinheiro.Hoje,que está nosso senhor morto!´Grande pecado!Não se pode pôr a mão em dinheiro,com nosso senhor morto!
E,coitado do fornecedor a tremer mais que o Zé Manel,metia o rabo entre as pernas e saía dali com mil desculpas...
O mais certo era ir direitinho à igreja de São Bartolomeu confessar-se!
Grandes almoçaradas,bem regadas,se papavam nesse tempo.
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