terça-feira, 29 de abril de 2008

FEED-BACK

Praia de João Fernandes, Armação dos Búzios
(ou Búcios, na língua argentina)


Recebi um feed-back: uma menina comentou com minha patroa:

- Como é que você consegue viver com um cara tão machista?

É claro que eu não poderia deixar tal calúnia sem resposta. A menina em questão é pessoa muito inteligente (deve ter uns três neurônios pois perdeu a maioria no exame de motorista) e simpática, uma artista de alto calibre (usando retórica muito em voga na moderna sociedade brasileira), bonita (e mais não posso falar dos demais atributos que envolvem esse aspecto por se tratar de menina mãe de família, namorando e que trabalha fora) cujo único defeito é conhecer-me há pouco tempo.

Eu, sinceramente, não sou um machista. Acho as meninas a melhor invenção divina em todo o universo. São tão perfeitas que vieram de uma costela do homem e, por isso mesmo, são melhores do que ele.

Sempre admirei todas as mulheres que conheci na vida. No acumulado, tenho 28 anos de casamentos, todos com meninas. Sem arrependimentos. Ao contrário da maioria (99,999%) dos homens, só bato nelas quando solicitado. Mas levo café na cama nos dias seguintes, até sumirem os hematomas. Atenção, crianças: não tentem fazer isso em casa!

No trânsito, sou compreensivo e distribuo cartões da auto-escola, do corretor de seguros e da oficina do Albertão, no caso dos pequenos equívocos que qualquer menina venha a cometer na minha humilde presença. Sempre permito que elas paguem a conta do botequim e assim respirem orgulhosas e olhem para as demais senhoras (ela sempre é a mais nova...) do ambiente com aquele ar superior que as deixam tão irresistíveis. Só faço questão do controle remoto de quatro em quatro anos, por ocasião da Copa do Mundo, razão da agressão da minha querida amiga; mandei por e-mail umas charges sobre isso. Cartão amarelo, pois nunca dou cartão vermelho para uma menina - elas não merecem ser expulsas da nossa vida, apesar de agirem da forma contrária, nos defenestram por qualquer coisinha, só prá sofrer um pouquinho depois. E, é claro, terem assunto no cabeleireiro - a frase mais ouvida num salão desses é - Eu não agüentava mais a mãe dele!

Eu sou tão feminista que fico logo amigo de todas as melhores amigas das minhas meninas. Levo no cinema, tomo aquele chope para combater suas depressões, dou um conselho especial para cada solidão. Está vendo como eu entendo as meninas? Elas tem tipos diferentes de solidão: tem a Solidão Clássica, quando não consegue namorado depois que levou um fora do garotão malvado, tudo por causa de um Vasco e Madureira,que injustiça! A Solidão Baranga, pinta depois que conhece a nova namorada do vascaíno. A Solidão Jararaca, quando encontra a ex-sogra sorrindo na fila do cinema. Essa dura umas duas horas insuportáveis, na sala escura. Não tem Brad Pitt que dê jeito. A Solidão Pé e Mão é a que dá no cabeleireiro, quando a manicure faz a pergunta clássica: - E aquele gato do seu namorado, foi ao jogo novamente? Tem a Solidão Intelectual: passa o inverno lendo toda a lista dos mais vendidos de auto-ajuda. Haja livro! Tem a Solidão Feng Shui, quando saem trocando todos os móveis de lugar. E a Solidão Geração Saúde, que geralmente acaba nos braços do instrutor da academia de ispíningui, seja lá o que isso for. Mas, garantem as moças, trata-se apenas de atração física. E deve ser mesmo, pois do outro lado da rua estou sempre a postos, para o consolo espiritual.

No fundo, as meninas adoram os machistas, tanto que acabam adotando essa linha High Tech de comportamento quando arranjam uma namoradinha. E eu continuo na contra-mão do machismo:discípulo disciplinado do Vinícius de Moraes, as recebo com poeminhas, salgadinhos, uisquinhos e carinhos sem ter fim. Porque eu também não agüento esse negócio de viverem longe de mim!

1 comentário:

Anónimo disse...

Soberbo.
Tá de mais, seu Gerson.