Ano Novo, Vida Velha, Nova Experiência: Os Blogues

Noutros países é hoje que começa o ano, nalguns ainda não começou e, afinal, também o Ano pode começar "quando um homem quiser"... (Nos anos 70 ainda não tinham inventado o "políticamente correcto" e queria-se acreditar no Pai Natal, na Paz, no Pão, na Habitação, na Saúde, na Educação e nas voltas que se podiam trocar a um mundo de mudanças... "ainda a vida era uma criança")...

Nostalgias à parte, eu decidi que era hoje que ía começar o Ano... apesar de não puder deixar de arrastar atrás de mim a nuvem de mosquitos que me persegue desde os anos velhos... um estado de alma assim entre os irmãos Dalton com o Rantanplan e as fúrias do Marsupilami.

E nada como começar com uma nova experiência: entrar no mundo dos blogues. Consegui editar o meu perfil, sem fotografia (deve ser um estado de iniciação mais avançado deste conhecimeno esotérico), o que começou por me ensinar a ser humilde. O que é sempre bom, nos tempos que correm. Low Profile ... Portanto, terão que conviver sem a imagem que queria passar de mim própria. O que também é bom, porque acaba por estar sempre desactualizada e assim poupo o tempo de manutenção.

Sobre os blogues: hoje, quem não trate por tu os blogues, não "é". E ou se "é", ou se não "é"... portanto, eu estou a ver se "sou". Mas ainda não sei o quê, porque não tenho a certeza de conseguir postar o que agora escrevo. Ainda só estou na fase de escrever. E escrever é aquilo que faço melhor (digo eu, claro, neste contexto específico). Depois logo se vê!

Assim, estou a começar o ano testando as minhas capacidades de bloguer... que, para já, não parecem recomendar-se. Depois, não sei o que vou fazer. Caso consiga passar à fase de postar, inclusive imagens, videos e coisas mais complicadas ainda...

Antigamente escrevia-se um diário por se saber que era secreto e ninguém podia ler... agora escreve-se para outros nos lerem... Na literatura, parece que foi Montaigne quem inventou o estilo, mas os franceses são conhecidos pela sua auto-estima cultural. Será este processo uma forma de aumentar a auto-estima? De alicerçar a imagem que queremos que façam de nós, de compor a máscara?

Acho que já escrevi mais do que o suficiente para começar a chatear toda a gente. Rima e é verdade, diz o povo. E a alma do povo não mente... Quem é que dizia que "o povo é estúpido"... já não sei se era o Marx... estúpido não, talvez matreiro o bastante para saber disfarçar com experiência feita a ignorância dos conhecimentos que lhe são vedados pela camada de intelectuais que deve gerir o país enquanto eles não estão aptos a ser intelectuais...

Enfim... Hoje é o primeiro dia do meu ano. Está sol. Vamos aquecer a alma.