Palavras de Tuiavii
Quando a palavra "espírito" sai da boca do Papalagui,os seus olhos tornam-se grandes,redondos e fixos;soergue-se-lhe o peito,respira fundo e toma a pose de um guerreiro que venceu o inimigo.Tudo isto porque tem um orgulho muito especial nesse tal "espírito".Não se trata do Grande Espírito omnipotente a que os missionários chamam "Deus" e de que nós todos somos uma mísera reprodução,mas sim do espírito mais pequeno que faz o homem pensar.
Quando olho,daqui,para a mangueira que há por detrás da igreja,não estou a usar do espírito;estou,única e simplesmente,a vê-la.Mas se me dou conta de que ela é mais alta do que a igreja,aí já entra o espírito.Não basta pois olhar para uma coisa,há também que tirar qualquer saber.É esse saber que o Papalagui exerce do nascer ao pôr do sol.O seu espírito está sempre carregado como um cano de fogo ou uma cana de pesca lançada à água.E sente pena de nós,povos das muitas ilhas,por não exercermos esse saber.Somos,a seu ver,pobres de espírito e tão estúpidos como um animal em estado selvagem.Q
2 comentários:
Meu amigo, com letra grená sobre o preto é difícil ler!
Temos que usar o rato e "iluminar o palco".
um abraço
Não fui eu,pelo menos conscientemente,que escolhi a côr da letra.Éste foi um dos pequenos azares informáticos,que me aconteceram nesse dia...
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