sexta-feira, 1 de agosto de 2008

AMOR E ÓDIO

O novo Ford kA a ser lançado na Europa: por que não vem para cá?

Por que algumas pessoas, alguns objetos, algumas obras de arte ou algum animal, seja inseto ou mamífero, tanto faz, despertam nas pessoas reações de amor ou de ódio intenso, profundos, sem negócio, sem conversa: sentimento puro e indiscutível? Não estou falando de futebol. Falo de elementos que formam a vida das pessoas sem que elas os encarem dessa forma, pensam que estão ali porque nasceram assim, não é? Fazem parte do mundo e pronto, pra que discutir com madame? O ódio é um sentimento que me faz mal, acredito que isso aconteça com todo mundo. Mas quando eu odeio alguém ou alguma coisa, demoro muito tempo para conseguir jogar esse mal para escanteio. Sei que tenho que fazê-lo, para não ficar doente. Mas como é difícil... E quando amo alguém ou alguma coisa? É igualzinho! E nem precisa estar comigo o objeto da paixão, demora até que o desejo de sua presença esmoreça. É um momento especial, é preciso evitar que esse sentimento amoroso se transforme em ódio! Mas por que estou escrevendo esse blábláblá todo, digno de almanaque comprado em estação de trem? Porque vi na internet a foto acima, do novo Ford kA – modelo europeu. E li um pequeno fórum a respeito e as opiniões foram, em sua maioria, de amor ou de ódio ao carrinho que chegou quebrando diversos tabus do marketing automobilístico: um carro popular de duas portas, um nome pequeno que, para a maioria, não quer dizer coisa nenhuma. Mesmo considerado muito feio, não saiu do mercado, como tantos outros foram defenestrados pelas montadoras em pouco tempo. Eu não comprei um modelo do Ka em 1998 porque achei que na mala não caberia meu violão! Optei pelo Fiesta e o violão, realmente, quase não dava. E fiquei anos e anos arrependido, pois o carrinho da Ford virou minha paixão nos moldes acima mencionados. Quando sofreu sua pequena primeira modificação ficou mais lindo ainda, apenas com a elevação da placa para a tampa traseira, deixando livre o pára-choque. Aí já virou tesão mesmo, puro e simples, sem explicação, sem chances ao Sigmund Freud, foi Carlos Zéfiro puro, na veia. E o conversível, lançado nos Estados Unidos? Foi como apaixonar-se pela artista de cinema! No final do ano passado saiu um novo modelo do kA no Brasil, já ocupando um lugar na lista dos dez mais vendidos. Uma coisa impressionante! O carro continua lindo, mas sem a rebeldia dos primeiros desenhos, sem agregar ao seu dono o valor da coragem por optar pela diferença. Na verdade, sem desfazer da beleza do carrinho, o novo kA brasileiro é parecido demais com o Novo Fiesta – já nem tão novo assim. É como se fosse seu irmão menor... Aí, eu que não ligo tanto para automóveis, descubro esse modelo europeu de minha paixão e meu sangue, um coquetel de glóbulos franceses e portugueses, ferveu. Nas opiniões dos internautas eu percebi as reações de amor e ódio ao veículo, quase nenhuma imparcialidade. Alguns o acusavam de plágio da linha Peugeot, outros o chamavam de carrocinha de cachorro, e por aí vai. Nem te ligo, fico aqui lendo Platão! Todos tem direito ao mau gosto, não é mesmo?

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