terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
A REALIDADE ECONÔMICA 1: o que é marketing
Encontrei o Zé Mei ontem, vestido de árabe com alguns cartuchos de dinamite amarrados na cintura. Uma fantasia bastante óbvia nos explosivos tempos em que vivemos. Ficou de me mandar novidades, dentro desse cenário e hoje estava uma encomenda na portaria. Uma caixa pesada, o porteiro não arriscou colocar no elevador para eu pegar no terceiro andar. Podia entrar um síndico curioso no caminho e explodir com tudo.Ví o destinatário e levei para casa, abri agorinha no escritorio, portas fechadas, vendo o DVD do show que o Eric Clapton comandou para homenagear George Harrison. Costumo ver esse show quando estou meio que precisado de bom roquenrol para lavar a alma. Muitos gêneros musicais me lavam a alma, o problema é que o sabão vai ficando cada dia mais fraco, parece que os atuais estão mais preocupados em vender um monte deles do que manter sua qualidade. Esse é o problema da humanidade: quanto mais gente, piores.Voltando ao embrulho, lá estava a caixa de tenis Nike com uma pedra dentro e, amarrado a ela, um pedaço de serpentina onde o cara teve o trabalho de escrever o "ditado árabe":" A Simplicidade é um tesouro infinito. Se não podes ter o que queres, contenta-te com o que tens." Servia de legenda para essa foto, que eu até já tinha visto pesquizando na rede. Veio-me à cabeça um carro alegórico, na escola de samba Beija Flor de Nilópolis, cujo enredo deste ano é uma homenagem aos 50 anos de Brasília, nossa querida capital, também conhecida como Brasilha da Fantasia. Como eu ia dizendo, no tal carro alegórico viriam toda a corte federalense, desde o presidente Lula até os deputados distritais - algo como congressistas de segunda classe. Todos trazendo um galho de arruda na orelha, pra dar sorte e evitar o mau olhado. No mesmo carro, uma corda separando a área vip, os empresários candangos, lobistas, cafetinas, traficantes,embusteiros, todos com tráfego - e tráfico - livre naquela corte, onde são traçados os destinos do país, as políticas econômicas, sociais, esportivas e golpistas, onde são escritas as leis para serem cumpridas no resto do país, nunca lá. Lá onde estão os fantasmas de índios queimados, de cuecas forradas, meias sem furos, generais de pijama de flanela ou de madeira. Acordei na varanda, respiração ofegante, o sol batendo nos olhos e uma pedra na mão. Mas ainda é carnaval, minha gente. Demorei um pouco para entender que pedra era aquela, quando vi, meio escondido pela passista estampada na página colorida do jornal carnavalesco, a foto e a serpentina. Entendi tudo. Como meu amigo Rui Lucas costuma dizer, boa malha, apesar de manjada. Mas serve para ir recuperando a manha.
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4 comentários:
Que saudades já sentia das estorinhas do Zé Mei...
Obrigado.
Um abraço.
Pois é, não conseguir editar direito, ficou um corpo muito pequeno. Estou testando o office 2010, deve ser por isso. Peço desculpas aos leitores. Não vão sair por aí dizendo que "esse texto não é mesmo grande coisa"...
Muito bom seu blog e trabalho venha revirar meu bau !
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