sexta-feira, 17 de novembro de 2006

HONORIS CAUSA
Por influência da Universidade de Santiago de Compostela,andam alguns doutores da Universidade de Coimbra em grande alvoroço.
O general Franco foi doutorado "honoris causa" pela multicentenária Universidade de Coimbra.
Há que apagar tal facto,porque o caudilho era a pessoa menos recomendável para tal distinção.
Não me parece que os catedráticos,professores doutores da Universidade da minha cidade,tenham uma pontinha de razão na sua atitude.
Eles podem fazer como eu,simples mortal sem "borla e capelo",repudiar em absoluto o ideário do caudilho.
Não podem negar a História e,muito menos,repudiar os actos de uma Escola com 716 anos.
A nobreza e a grandeza vão-se adquirindo com o passar dos anos,ou dos séculos.
Há que saber conviver com a nossa própria História,com os defeitos e virtudes,com glórias e vilanias,com heroismos e cobardias,para assim fortalecermos a nossa nobreza ou a nossa grandeza.
A Universidade multissecular não pode descer ao ridículo do apagar nomes ou de fazê-los substituir ao sabor da moda de cada época.
Eu,desde sempre,moro junto à Praça da República,em Coimbra.
Sei apenas que alguns anos antes,a mesma Praça chamava-se D.Luis.
Será que a Universidade quer acompanhar as alternâncias,de gosto duvidoso,de políticos e autarcas do mudónome?
Quantas Praças e ruas ou avenidas,temos no nosso Portugal,com nome de assassinos,malfeitores e chicoespertos,que foram heróis no seu tempo? Fazem parte da nossa História e temos que saber respeitá-la e usufrui-la.
A Universidade tem essa responsabilidade.Tem que respeitar os outros para que todos a possamos respeitar.
Basta que assuma a sua História.

2 comentários:

Anónimo disse...

Estou de acordo.
Não concordo com branqueamentos.
Nenhuns.

Mas quanto às mudanças toponímicas... são um pecadilho menor.

moita carrasco

Jorge P. Guedes disse...

Concordo em absoluto que uma Universidade não pode cair em modismos de época e desatar a apagar nomes de pessoas por si consagrados. Tal é apagar a sua própria História, não faz sentido nem é admissível!

Jorge G