segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

SER PORTUGUÊS É :

Zé Mei me mandou o texto abaixo, no qual desfila gozação em cima dos nossos patrícios portugueses. É claro que eu não poderia deixar passar em branco uma oportunidade dessas para fazer uma autocrítica tupiniquim, tarefa importante, principalmente em final de mandato. O texto entre parênteses somos nós. Ou não somos?

Levar arroz de frango para a praia.

(o brasileiro leva frango com farofa, que dá no mesmo)

Guardar as cuecas velhas para polir o carro.

(aqui polimos com camisetas velhas. As cuecas ficam para engraxar os sapatos)
Lavar o carro na rua, ao domingo.

(Quem não faz isso? Só o pessoal da zona sul, que lava na garagem do prédio)
Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).

(Aqui incluimos algumas Polo Shirts from Ralph Lauren)

Passar o domingo no shopping.

(Oh Yésssss! We like it too!)
Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.
(Aqui também usamos clips, palitos de fósforo, dedo mindinho...)
Ter bigode.

(Qual é o problema? Costumamos dizer que as portuguesas tem bigodes, mas as que conheci cortavam ou estavam pouco se lixando pra isso. As brasileiras estão raspando até demais, parecem mulheres de museus de cera...)
Viajar pró cu de Judas e encontrar outro Tuga no restaurante.

(Quem nunca encontrou brasileiros até na Conchinchina, lugar que imaginamos ser o cu do mundo?)
Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.

(Até o quarto do cunhado, que geralmente está dormindo de cueca com elástico frouxo e camisa do Vasco)

Enfeitar as estantes da sala com os presentes do casamento.

(É claro, gtastamos uma grana em prosseco prá quê, podes me dizeire?)

Exigir que lhe chamem 'Doutor'.

(Essa é uma exigência que aprendemos no primeiro ano da Faculdade de Direito. A diferença é que aqui chamamos doutor de doutor, em Portugal chamam de dotoire)
Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro.

(Os senhores engenheiros por aqui já não fazem tanta questão: depois de sucessivas crises financeiras, falências de construtoras, recessões e planos econômicos fracassados, estão se virando como podem, dirigindo - e mal - táxis, (o chamado engenheiro civil) instalando caixas de som (engenheiro de som), elegendo-se síndicos (engenheiros aposentados,) chefiando oficinas (engenheiros mecânicos), falsificando bebidas (engenheiro químico) ou atrapalhando o trânsito, que ficou essa tragédia brasileira depois que inventaram a tal “engenharia de trânsito” nas prefeituras das grandes e médias cidades, transformando as ruas e avenidas em mera passagem para os shoppings ou aos novos bairros periféricos - como Miami, quer dizer, a Barra da Tijuca no Rio de Janeiro).

Axaxinar o Portuguex ao eskrever.

(é mêrmo? Mas axu que agora tâmu falânu menas peór!))

Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque 'é caro'. (o brasileiro é mestre em fazer “economia burra”, que, aliás, por aqui é um pleonasmo)
Já ter 'ido à bruxa'.

(Quem nunca foi num terreiro de macumba - deixa eu usar essa palavra antes que seja substituida por algo tipo “religião afrodescendente” – ou na cartomante? Aqui no bananão tem propaganda das bruxas nos postes, nas mãos dos distribuidores de papel reclame pelas ruas, na internet, na televisão... Só falta o Lula criar o Ministério das Almas e Desenvolvimentos Espírituais para administrar os Programas Bolsa Igreja, Bolsacolinha,Dízimo Legal, Encruzilhada Para Todos, Meca Digital e Zen Medo de Ser Feliz )

Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.

(Tem igreja por aqui em que nem o padre aparece...)
Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.

(Aqui ninguém é racista. Brasileiro só não gosta de negros, homossexuais, judeus, pobres em geral, asiáticos, demais sulamericanos, torcedores de outros times, alienígenas, ciganos, mais pobres em geral, vizinhos da vila ao lado do prédio, que mais?)
Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e pelo menos, a 500 metros de casa.

(A gente compra carro em crediário de 72 meses para pagar, a juros milionários para quê? Deixar estacionado e ficar andando à pé?)
Obs: Para comprar um eletrodoméstico chamam de “crediário”. Para comprar automóveis chamam de “financiamento”. São do mesmo gênero. Ou não?

Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).

(e ainda mandamos o apressadinho de trás passar-por-cima, representando a expressão com o braço para fora da janela...)
Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!

(E daí, por aqui ninguém perde a carteira de motorista mesmo...)
Ter três telemóveis.

(Quatro. Um para cada operadora. E nenhum deles funciona direito.)
Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.
(Dentista? Aquele cara que fica enfiando aquele motorzinho no dente da gente? Já beijou alguém com a boca anestesiada? Já ficou dois minutos bocejando com aquela creolina metida a besta queimando sua língua? Preferimos gastar a boca jogando conversa fora ao celular!)

Ir à bola, comprar 'prá geral' e saltar 'prá central'. (Essa fomos nós que ensinamos pra matriz: comprar ingresso pra geral e pular pras cadeiras do Maracanã. Era tão comum que acabaram com a geral)
Viver em casa dos pais até aos 30 anos ou mais.

(E depois mudar pra casa dos sogros...)
Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito 'porque não se quer aborrecer'.

(Num país em que os vendedores e os atendentes de empresas prestadoras de serviços falam com os clientes como se estivessem fazendo um enorme favor, não poderia ser de outra forma: quem reclama ainda é chamado de chato, inconveniente, arrogante... E os nossos nobres deputados criaram uma lei proibindo que se reclame nas repartições púbicas – qualquer questionamento deixa-os magoados, chamam a polícia para enquadrar o cidadão.
Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.
(Essa acabou por aqui: quem votou no Lula não esquece, por orgulho ou por ódio!)

1 comentário:

Beth/Lilás disse...

kkkkkk
Muito boa, adorei!
E fazendo este parâmetro conosco é que vemos como somos parecidos!
abs carioca