quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Estados Unidos da Ibéria

Anualmente, cerca de 15 mil portuguesas apanham o avião ou o comboio para Espanha, para interromper uma gravidez indesejada, com todas as condições humanamente aceitáveis para uma operação desta natureza e que lhes são disponibilizadas pelas clínicas privadas espanholas!... Pelos cálculos apresentados pela RTP, fica mais barato ir para fora... mesmo com despesas de avião!!... Há clínicas espanholas, inclusivé, interessadas em expandir o seu negócio em Portugal, empregando (segundo um dos empresários entrevistados) cerca de 40 pessoas!!!... Que espécie de clínica é que abre com um quadro de 40 pessoas????... Alguma especializada em explorar unicamente uma falha da Lei Penal Portuguesa?

E, a propósito, aquela sondagem publicada num semanário e que indicava que a maioria dos espanhóis estão a favor de uma união entre om nossos países e ainda que quase 40% dos portugueses inquiridos partilhavam da mesma opinião!!...

No entanto, quando se fala em salários mais altos, maior poder de compra, ouvem-se vozes lusas, peremptórias e decididas: "É já hoje! Sejamos espanhóis!!" Mas quando se trata de partilhar o resto da mentalidade aberta que rege e mantém aquele grande país, prevendo questões como sejam a adpção por guys ou aborto consentido,... Isso já parece incomodar esses leais (?) defensores dos Estados Unidos da Ibéria!!!...

Ainda temos muito que andar, neste país!!...

3 comentários:

aminhapele disse...

Isto é que é interessante.
Mantermos um blog com algumas diferençazinhas.
Porque não equacionar o ir fazer desmanchos à Madeira?
Enquanto muitos continentais dizem que preferiam ser espanhóis (naquela elitezita do dinheiro),à esmagadora maioria dos madeirenses nem lhes passou pela cabeça deixarem de ser portugueses.
Aliás,sugerir a um madeirense que não é português é quase uma ofensa.
E,que é isso de espanhóis?
Um amigo meu galego,conservador q.b.,desatina quando eu lhe chamo espanhol!

Anónimo disse...

Oi, Zoika!

Saúdo o seu regresso.

Centro-me num ponto da sua intervenção.
Em material de – vulgo – aborto… Creio que está tudo mais ou menos assente: os do sim mantêm-se coerentes. Os do não marralham nos tons rosa. Salvo as doutas e altíssimas considerações do prof Mário Pinto e as acaloradas intervenções do João César das Neves (ó diabo: parece-me que ele também é professor... Siga!) – os únicos que me fazem tremer nas minhas convicções sobre a matéria – todos os mais pouco adiantam.

O problema é muito sério. Demasiado.
E ninguém – de, pelo menos, mediana inteligência e sensibilidade – encara uma intervenção dessas de ânimo leve. E todos esses sofrem com tal situação e solução.

As minhas palavras são pobres e sem interesse. Por isso, e para rematar, vou, pois, trazer à liça duas pequenas transcrições sobre o assunto:



“Deve continuar a manifestar-se, na primeira linha, contra a fome, as doenças, as guerras, que dizimam milhões e milhões de vidas humanas. É sobretudo aí que se vê quem é pela cultura da vida e quem é pela cultura da morte. É também aí que a Igreja aparecerá ou não como sinal e instrumento de salvação” – terminava a colu-na semanal de Fr Bento Domingues, no Público de DM 29OUT06, exactamente acerca da magna questão da IVG.
(O que eu gramava saber como o comentaram toda a casta de fariseus que se pavoneia por aí, Pintos e Césares das Neves incluídos. Sobretudo esses!)

Vai daí, hoje, também no Público, uma jovem professora (Carla Machado) pondera-va, entre outras questões pertinentes, sobre o seguinte:

“E agora que me desculpem alguns sectores feministas: não, o aborto não é uma questão de mulheres. Ou antes, é-o, mas não o deveria ser, pelo menos não deve-ria ser equacionado como uma questão apenas de mulheres. E neste erro tanto os defensores do "sim" como do "não" têm caído. Claro que há questões de género no aborto, desde a desigual repartição dos cuidados com os filhos, aos desequilíbrios salariais. E, claro, o simples facto de ser no corpo da mulher que a decisão de ter ou não filhos assume uma violência "incarnada". Mas, a não ser que estejamos perante novos mistérios transcendentais, cada embrião tem dois seres humanos na sua génese. Onde estão os homens, no equacionar público desta questão? E, já agora, onde estão os homens condenados pela decisão de abortar (ou será - coisa conveniente - que todas as mulheres condenadas por aborto em Portugal decidiram sozinhas, sem participação ou conhecimento dos respectivos parceiros?).”

Eles não desarmam! Ni hablar!

Continue (a)postando certo!
moitacarrasco

Anónimo disse...

Precisando, melhor, o termo do artigo de Fr B. Domingues:

“Deve [a Igreja] continuar a manifestar-se, na primeira linha, contra a fome, as doenças, as guerras, que dizimam milhões e milhões de vidas humanas. É sobretu-do aí que se vê quem é pela cultura da vida e quem é pela cultura da morte. É também aí que a Igreja aparecerá ou não como sinal e instrumento de salvação”

moitacarrasco