VOTE EM MIM!

Se eleições municipais nunca me emocionaram - sou do tempo em que o prefeito do Rio de Janeiro era nomeado pela ditadura, o que explica boa parte da tragédia urbana que desabou sobre a principal cidade do país - mas o Zé Mei se encarregou de me botar em dia com a mídia eleitoral, mandando-me um poema sobre candidatos aos primeiro cargos da hierarquia executiva do país: o prefeito da cidade. Recebi também uma foto muito interessante do alcaide atual. Salut!

Eu voto até em Gabeira!
Jandira! Chico Alencar!
E a qualquer um que ganhar,
boa sorte na carreira!
A cidade está cabreira
ninguém toma conta dela
praia, avenida e favela
ao Deus-dará - até quando?
Por isso vou avisando:
qualquer um, menos Crivella.


A Igreja Universal
trouxe os vendilhões ao templo
e hoje serve de exemplo
da bandalha nacional.
O poder municipal
vai lhe servir de janela
para alcançar, por tabela,
o governo, a presidência...
Tenha santa paciência!
Qualquer um, menos Crivella!

Isso mesmo! Não achei
o meu título no lixo!
Já basta o jogo do bicho
e a droga ditando a lei.
Se César hoje é o rei
pela cidade não zela;
pois são da mesma panela,
receita, molho e tempero...
Salve o Rio de Janeiro!
Qualquer um, menos Crivella!

Carioca! Fique esperto!
Tem espertalhão na área!
A gang milionária
vem chegando... está mais perto...
O Rio tem peito aberto:
terra boa, gente bela...
São Sebastião, que vela,
peça a Deus que nos proteja!
Quando for votar, eleja
qualquer um, menos Crivella!

(Rui Boal)