sábado, 30 de maio de 2009

SILÊNCIO


Apesar de sua imensa beleza, o Toque de Silêncio jamais é ouvido fora dos muros dos cemitérios. O Canto do Cisne de todos os homens célebres, em especial, os militares, tornou-se uma canção a ser evitada a todo custo, ninguém gosta de ouvi-la, talvez os muertos, mas nenhum voltou para confirmar. Com exceção dos militares, você, caro leitor ainda vivo, conhece quem tenha um disco em casa e escute o Toque de Silêncio no domingo de manhã, junto com as óóóperas dos vizinhos chatos? Eu acredito que quase ninguém mora em frente a um cemitério - ou a um quartel - por gosto, por admirar a vista de sua janela e pensar - Ah que bom que ainda não moro ali! O Toque do Silêncio está presente em diversos discos de bandas , militares ou civis. Talvez as viúvas de generais a escutem antes de ir pro bingo. Gostem por uma saudade sincera, um momento de ordem unida entre seu coração e sua mente. Mesmo que o falecido herói jamais tenha saído do gabinete. Mas a faixa, geralmente a última do lado b, fica lá, rejeitada e intocável. Virou a canção do mau agouro. Ou “-A Saideira!” - como berramos nos botequins da vida. Esse vídeo, que recebi do Zé Mei, traz a interpretação de uma jovem trompetista. Mostra como a peça musical é bonita. O vídeo abaixo traz um pouco da história do Toque do Silêncio. Façam como eu: escutem com moderação.


2 comentários:

aminhapele disse...

Desconhecia a história do toque.
Felizmente,há muitos anos que não o ouvia.
Quase chorei,com o video.
Há muitos anos atrás,em momentos maus,ouvi-o demasiadas vezes.
Suponho que nunca me tinha apercebido da sua beleza.
Obrigado,Gerson.

Maria disse...

Morei muitos anos ao lado de um quartel da GNR, antigo convento adaptado após a República, com pequenas torres de vigia e tudo, onde me lembro de ver homens fardados a vigiar... não sei bem o quê, ao frio, à chuva e ao calor. Está abandonado há muitos anos e ali jaz. Sempre que lá passo lembro-me da rendição da guarda e do toque de silêncio... com alguma nostalgia, confesso. Muito bonita a história. Como as diferentes experiências de vida podem gerar sentimentos diferentes perante o mesmo facto...