quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

CENTRO


Não sou um grande entusiasta da regionalização.

Acho que temos um cantinho demasiado pequeno para poder ser repartido,com custos muito grandes para a unidade existente.

Compreeendo-a apenas como uma forma de ir "buscar mais fundos e com uma gestão mais eficaz da sua aplicação.

Os exemplos que temos a este nível,quer da administração central quer da regional ou local,deixam-me demasiado desconfiado dessa eficácia.

Também a compreendo como forma de luta contra o centralismo do Terreiro do Paço(mesmo este nome já está ultrapassado).

O que é certo é que os mandantes de Lisboa vão tratando da sua vidinha e deixam algumas "migalhas" para o Norte.

O Centro,fruto de lutas de pequenos poderes e de caciquismos medievais,continua a ser "terra de ninguém".

Contra aquilo que se costuma dizer,a manutenção de serviços estaduais em cidades e vilas do centro,não é só uma questão de prestígio local.

Quer queiramos,quer não o Estado é o grande empregador deste País.

Quando se fecham escolas,maternidades,hospitais,direcções regionais,estão a matar a vida dessas localidades,para lá dos incómodos proporcionados a todos os cidadãos.

Por outro lado,quando se encerra um serviço tem que se ter de imediato um alternativo.

Isto não está a acontecer.

O Governo encerra serviços dentro daquela lógica do "VOLTO JÁ",com a inconveniência que,como os outros,não "desaparece da "circulação".

Com esta história do Aeroporto,aconteceu o mesmo:aquilo vai ficar ali próximo de Lisboa(dentro de algum tempo iremos vaer os hoteis a reclamar a falta de pernoitas de quem vai apanhar um avião...) e os "índios" do Norte que se amanhem com o Sá Carneiro...

Os "camelos" do Centro é que vão ter que continuar a fazer a caminhada,atravessando a terra de ninguém...

O ideal seria sair de casa e arrastar as rodas da malinha,durante 10 minutos,para chegar ao Aeroporto.

Assim,só ganharam os lisboetas "alentejanos" e os nortenhos que queriam um aeroporto o mais ao sul possível.

O Centro precisa de líderes que,pelos vistos,ainda estão para nascer:os que existem só servem para manter o folclore e divertir o povinho com falsas guerrinhas.

Até lá,caros amigos,vamos ter que continuar a "empurrar" o pedragulho sem grandes perspectivas...

4 comentários:

Anónimo disse...

Não creio que a descentralização ganhe alguma coisa com o quiosque. Quem deve ganhar é o cliente do quiosque que é sobejamente conhecido (mais que os vagos nomes que agora compõem o ramalhete).
Caciquismo, claro.

Antonio Almeida Felizes disse...

Começa por dizer que não é grande adepto da regionalização, para de seguida enumerar uma serie de situações, que só acontecem desta maneira, exactamente, porque não existem, nem regionalização, nem descentralização.

Por vivermos no país mais centralizado da UE é que acontecem estas tropelias na saúde, na educação etc. É, também, desta maneira macrocéfala que caminhamos alegremente para a cauda da UE a 27.

Cumprimentos,
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Regionalização
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Anónimo disse...

Regionalizaçao SIM - e Aveiro com o Porto.

aminhapele disse...

Até aos anos 20,Aveiro pertenceu à Região do Douro...