sábado, 12 de julho de 2008

RIO DE JANEIRO : MORRO DE SANTA TERESA




O morro mais chique da cidade
Muito antes de ganhar o óbvio mas merecido apelido de "Montmartre carioca",o morro de Santa Teresa fez história melhorando a qualidade de vida da cidade,servindo de rota de fuga e abrigo para escravos,e brecando os avanços do pirata francês Jean-François Duclerc.E ainda nem se chamava Santa Teresa,e sim Desterro,não porque para lá se desterrassem tamoios indesejáveis e negros quilombolas,mas porque era esse o sobrenome de António Gomes do Desterro,o português que primeiro se estabeleceu numa das encostas,à frente de uma quinta e uma ermida,fundada em 1629.
Sem o rio Carioca,os nascidos na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro teriam outro gentílico e,o que é pior,teriam morrido de sede.Pois esse providencial curso de água brotava nos píncaros do morro do Desterro,nas cercanias do Corcovado.Para que suas águas chegassem à várzea,um aqueduto foi construido sobre os arcos que ligavam o Desterro ao morro de Santo António.As águas desciam por onde hoje é a rua Almirante Alexandrino,dividindo-se os canos na altura do Curvelo:um descia pela atual rua Joaquim Murtinho,rumo ao chafariz do largo da Carioca,o outro pela atual rua Dias de Barros,até o chafariz da Glória.Os cariocas mataram a sede,mas a cidade não ficou menos insalubre.
Atormentada por pestilências tropicais e poluições variadas,a várzea virou um inferno - e quem podia ganhou a montanha,à cata de recantos mais saudáveis.Nos aclives de Santa Teresa (que assim já se chamava por causa de um convento carmelita,lá construido em meados do século XVIII) soprava do oceano uma aragem franca,que varria os miasmas e mantinha sempre mais baixa a temperatura.De quebra,a mais deslumbrante vista do Rio e da baía.O acesso era difícil,mas os estrangeiros (ingleses,sobretudo) achavam que qualquer sacrifício valia a pena,e subiram na frente,seguidos pela burguesia nativa.
E chácaras foram surgindo,a mais célebre chamada "do Céu",criando a necessidade de novas ruas,travessas e largos,arduamente escalados a cavalo,coches e tílburis.Com a chegada do bonde elétrico,em Setembro de 1896,e as melhorias no calçamento,o casario aumentou,os palacetes se multiplicaram,até hotéis surgiram,com nomes adequados (Belo Horizonte,depois Bellevue) e sem rodeios (Internacional,exclusivo de ingleses,onde Sarah Bernhardt se hospedou).O morro virou bairro,a primeira e única favela-bairro chique e intelectualizada de que se tem notícia.
....."
Extracto de um texto de Sérgio Augusto,jornalista e escritor.

5 comentários:

Beth/Lilás disse...

E caminhando no interior das ruas de Santa Tereza é possível encontrar lindas lojinhas e atêlies de artistas maravilhosos. Os restaurantes e pousadas também são muito charmosos e têm belas vistas do Rio de Janeiro.

aminhapele disse...

Minha amiga:
Eu não ia dizer tudo!
As pessoas têm que "descobrir"...
Claro que teria que falar de Lucíola,José Alencar,Machado de Assis,Manuel Bandeira...
Nunca esquecendo Júlia Lopes de Almeida,líder feminista e a primeira mulher a escrever profissionalmente no Brasil.
E no "Palácio das Ruínas",no Jasmim Manga,no Largo das Letras...
Um abraço.

Anónimo disse...

eu li o lvro de machado de assis onde ele sita em uma estoria este morro entao resouvi pesquisar e achaei maravilhoso ele e muito lindo entao È como dizem o morro mais chique do rio que maravilha !!!!!!!!!!! bjs!!!!!!!

aminhapele disse...

Cara "anónima":não é meu hábito publicar comentários "anónimos".
Agradeço-lhe a visita e o comentário mas,por favor,na próxima identifique-se minimanente.
Obrigado.

Mauricio Gimenes disse...

poxa gostei muito de ver o lugar onde morei na infancia meu nome é mauricio dos s gimenes tenho 34 anos e morei em santa teresa ate os 10 eu lembro de tudo ate do colegio interno que meus paiz colocavam agente e do bondinho que saudades valeu mesmo