É o título do novo filme de Avi Mograbi,o mesmo de To Avenge But One of My Two Eyes(2005),apresentado ontem no Grande Auditório da Culturgest,com a presença do cineasta.
Tenho como base o trabalho de Alexandra Lucas Coelho,no P2 de ontem.
Interessantes as palavras de Avi Mograbi,na entrevista.
O que é que significa Z32?
"É a ficha deste caso no arquivo da Breaking the Silence,que recolhe testemunhos de soldados que serviram nos territórios palestinianos ocupados...
Esta organização começou em 2004 e eu estou envolvido nela desde então.
Participei na sua concepção e uma das coisas que faço lá é ouvir testemunhos e transcrevê-los,de forma a que mais tarde possam ser editados.Ouço dezenas e dezenas de testemunhos como este,e a certa altura ouvi o testemunho Z32..."
E entre tantos,porque é que se fixou neste?
"Pelo facto de a missão desta unidade ser uma missão de vingança.Não era uma missão standard,por razões militares.Era para derramar sangue de palestinianos como vingança pela morte de soldados israelitas na noite anterior.O que seria a estratégia,a forma de operar,de uma organização criminosa,terrorista,mas não de um estado democrático".
O que o soldado conta é que a sua unidade de elite - treinada durante 20 meses até cada soldado se sentir "um Super-Homem" ou "o Chuck Norris",ansioso por acção - recebeu ordens para matar palestinianos depois de seis soldados israelitas terem sido mortos.A unidade foi até uma aldeia e atirou sobre polícias palestinianos ao acaso,matando dois.
No filme de Mograbi,a namorada do soldado tem dificuldade em compreender como se pode matar assim,por vingança,sobretudo ao acaso:pessoas que não fizeram nada,que "andavam na sua vida",como ela diz.
"É um soldado com sentimentos de culpa,remorsos,que busca perdão.Ao mesmo tempo admite que também gostou,que se divertiu a participar nesta operação,a matar.Isto é um pouco perturbante.Achamos que quando alguém tem remorsos não diz que gostou.Portanto,era uma forma interessante de entrar na mente do soldado,de compreender como os soldados operam,o que os faz trabalhar".
"...Isto aplica-se aos soldados americanos no Iraque,no Afeganistão,quando pensamos no que têm a fazer,ou aos soldados russos na Tchetchénia,ou se quisermos pensar nos soldados franceses na Argélia,há 50 anos.Em qualquer parte onde os soldados se envovam em combate.São treinados para peder as dúvidas,e a dúvida é provavelmente uma das características mais humanas.Quando a perdemos,perdemos a nossa humanidade".
Não perca o filme!
1 comentário:
Humm, deve ser bom o filme!
Mas, triste!
Vou ficar de olho.
abraço carioca
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