terça-feira, 20 de outubro de 2009

BREVE VISITA À CIDADE




Quando visito uma cidade desconhecida tenho,por hábito,procurar saber como os nativos fazem a sua vida,no dia a dia.
Claro que não ignoro as belezas que me são propostas,mas dou prioridade à "vida".
Foi isso que procurei fazer com Beth e Wilmar,na sua visita a Coimbra.
Deixaram o seu belo Audi num parque de estacionamento em que os nativos,diariamente,deixam os seus carros para irem ao trabalho.
Nesta cidade,no centro histórico,não há carros nem estacionamentos.
Partimos para a nossa visita a pé.
Houve tempo para ver os monumentos não referenciados,como o estranho Jardim da Manga,a Igreja e o Café de Santa Cruz,as ruas comerciais da baixinha,as ruas comerciais de referência(Visconde da Luz e Ferreira Borges),a lindíssima e esquecida igreja de S.Tiago e,por becos,chegarmos a uma "casa de pasto": Zé Manel dos Ossos,no Beco do Forno.
Claro que a ementa nada tem a ver com as dos restaurantes:comida caseira,com nomes estranhos e tratamento familiar.Aos visitantes oferece-se o contacto próximo e familiar com gente dos mais variados estratos sociais e das mais diversas profissões.
Dá para uma panorâmica,muito real,da forma como vivemos e nos entendemos.
À saída,Beth ficou admirada:havia uma casa comercial fechada(intervalo para almoço),mas com o seu mostruário de utilidades na rua!
Beth ficou a saber o que eram uns estranhos objectos de madeira:torneiras para pipas e as mais variadas formas e utilidades de rolhas de cortiça.
Quando me perguntava para que serviam aquelas rolhas tão largas,nem precisei de explicar:estava lá uma senhora,ajudada por um polícia de serviço,a experimentar uma rolha para o seu frasco de mel!
Ao ver a proximidade com os polícias,a minha própria,Beth estranhou:
-Vocês falam com a polícia?!
-Sim,os polícias são nossos amigos.Oxalá os deixem fazer o seu trabalho.
Daí,caminhando,fomos tomar um café numa esplanada no Parque Verde do Mondego.
Sobre o rio,com bandos de patos e gaivotas por companhia.
Continuámos a visita,utilizando um autocarro dos transportes públicos(os que utilizo no meu dia a dia) que dá para "sentir" uma cidade e o seu pulsar.
Percorremos a cidadela no pouco tempo disponível.
Ainda sobrou um bocadinho para um chá na minha velha casa(construída em 1902).
Adorámos conhecê-los.
Esperamos que Beth e Wilmar também tenham gostado.

Até breve.
Um breve acrescento:
Não sabia que havia fotografia do episódio,à porta da Casa Baía.
Quando Beth pretendia saber para que serviam aquelas rolhas tão largas  e apareceu uma senhora,com o seu frasco de mel,para ver se as rolhas tinham a dimensão conveniente.
Também o senhor agente da polícia lá estava.Cumpria uma das suas mais nobres missões:ajudar o cidadão.
Também só hoje vim a saber o final desta história:a senhora escolheu a rolha apropriada ao seu frasco de mel e deixou os cêntimos respectivos ao senhor polícia.Quando,após o almoço,o Celso Baía abriu a loja e recebeu os cêntimos do senhor polícia!
Vendo bem a fotografia,até posso vislumbrar o meu cirurgião(responsável pela minha operação) que,por acaso,tinha almoçado numa mesa ao lado da nossa e seguia para o seu cafezinho...
É assim a vida na aldeia.

3 comentários:

Beth/Lilás disse...

Oi, Rui!
Que bela descrição fizeste de nossa estada por aí!
Você é mesmo um excelente cicerone.
Esqueceu de dizer o que eu disse ao final de tudo:
"Eu quero morar em Coimbra!"
Lembras?
Adorei tudo que vi e senti nesta linda terra, moraria amanhã aí se pudesse. Quem sabe?
abraço carioca

aminhapele disse...

É verdade,querida amiga.
Repara que eu também disse que gostava de morar em Ipanema...
Um abraço.

Maria disse...

de facto... adorei a reportagem. fiquei com vontade de morar em Coimbra!:-) aos anos que isso foi!
ainda bem que se divertiram todos!
beijinhos.