quinta-feira, 8 de maio de 2008

ANÕES NA ESTRÉIA

Contar piadas é uma arte, inclusive muito bem remunerada quando o contador é talentoso e se profissionaliza. Ele pode valorizar ou estragar uma piada engraçadíssima. Mas na maioria das vezes sua grande virtude é tornar antológica uma piadinha banal.

Mesmo reconhecendo o valor dos contadores de piadas, acho que a grande arte é a do criador de piadas. Quando me contam uma piada muito boa, o meu primeiro pensamento é: como alguém foi pensar nessa situação? Só pode ser um gênio!

Minha timidez nunca me deixou ser nem um razoável contador de piadas. A gagueira era uma ameaça ao final da história, justamente onde está a graça. O botequim me tornou um gozador de primeira, uma espécie de artilheiro, aquele que tem rapidez de raciocínio para tornar engraçada qualquer situação, aquele que mete o gol se a bola ficar quicando na área. É capaz de fazer rir perante um defunto cercado de velas, com uma tirada de humor negro, tipo "pelo menos agora está economizando luz elétrica" ou coisa assim. Mesmo que o resto da humanidade não ache graça nenhuma, o gozador ri de sua própria e desgraçada piada. Ele é uma forma inicial do piadista, chamemos assim o verdadeiro criador de piadas. É um estágio anterior, que nem todos ultrapassam.

Hoje de manhã eu inventei uma piada. Não é assim uma elucubração genial, é até inocente para os padrões atuais. Mas é a primeira, está bem fresquinha ainda:

Numa cidade que tinha muitos anões em sua população, abriram um bordel especializado para os baixotinhos. Na porta puseram um cartaz anunciando Mulheres Grátis Para Anões.

Fez-se uma fila enorme no dia da inauguração. Todos duvidavam da oferta e da possibilidade de sobrevivência econômica daquele estabelecimento com saliências gratuitas. As funcionárias chegaram meia hora antes da abertura dos trabalhos-a mais baixinha tinha 1,90m. Os anões ficaram doidos! Finalmente iam experimentar uma grande mulher!

Quando as portas se abriram e entrou a primeira leva de baixinhos, as mulheres estavam todas em seus quartos. Na porta de cada um, uma bilheteira cobrava 1.000 reais pelo aluguel dos banquinhos...

Que tal, ficou boa para uma primeira tentativa ou é melhor uma leitura do Henri Bergson?

2 comentários:

aminhapele disse...

Para humor negro,não está mal!
O coitado do anão,em cima do banquinho de 1.000 reais não chegava aos joelhos da dama...
Porque não uma opção mais cara:uma escada de beliche por 2.000 reais?!

Anónimo disse...

Não, não!
Está boa mesmo!
A do banquinho até permite várias leituras...
Boa!
mc