segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Doutor Louçã
Assisti há pouco à conversa de Maria João Avilez com o Dr.Francisco Louçã.
Continuo a gostar,cada vez mais,da jornalista Maria João.Sem qualquer autoritarismo arrogante e despropositado,dando sempre corda ao Louçã,levou-o ao tapete quase sem querer e como quem pede desculpa.
Até pôs o pobre do homem a ter que explicar que o facto de a cela que ocupou sózinho em Caxias,estar agora atravancada até ao teto com 6 presos,não significa que o regime prisional fosse melhor no tempo da outra Senhora,ou que os presos de então tivessem melhor qualidade de vida...
Seria de rir se não fosse trágico.
Quando lhe pediu explicações sobre as suas origens políticas o homem explicou.
Deu explicações que não seriam muito diferentes das que daria o Dr.Jardim,ou o Dr.Menezes...
Ele,como académico,não poderia desculpar-se com um puro devaneio juvenil...
Enfim,tão atrapalhado,com a segurança a fugir-lhe.nem a pose de grande moralista conseguiu manter.
Para defender as suas propostas,teve que se ancorar na opinião do Prof.Marcelo...
Pode ser por não gostar do seu moralismo exacerbado,mas sempre que vejo,ou ouço e às vezes até leio,o Dr.Louçã lembro-me sempre de uns "procuradores" que existiram há 500 anos (por volta de 1540),enviados por Cromwell para toda a Inglaterra,combatendo os "papistas" e promovendo a Reforma.
Parece que os mais beneficiados de então,foram os "homens novos",que correspondiam às classes emergentes-capitalistas e burocratas,homens de posse mas sem berço.
Sei que é uma citação,mas memorizada e apenas por isso não cito o seu autor.
O Dr. Louçã esteve impagável.Ele próprio definiu a grande diferença do Engº Sócrates:Louçã é um socialista de esquerda e Sócrates um socialista de direita...
Será que há pachorra?

1 comentário:

aminhapele disse...

Comentário transcrito:"Será que há pachorra"pergunta e bem.
Na verdade,cada vez mais falta pachorra para a política - como alguns teimam em entendê-la.
Da Maria João Avilez tenho uma opinião algo positiva.Não é,de forma nenhuma,a entrevistadora "assanhada" que,é a Judite (por vezes... leia-se:quando enfrenta certas personagens que foram suas eventuais companheiras ideológicas...Isto no tempo de outras culturas e outras searas...)
Não tenho uma opinião tão negativa assim do Louçã.Nem me parece que seja dos que se levem mais depressa ao tapete...
Terá acontecido.
O homem há-de ter,como todos nós (salvo o Luís Delgado,o Vasco Moura e o João César) dias piores...
Quanto ao "aparente"(?) apoio que Louçã "pede" ao Professor...
Será estratégia,tanto quanto penso...
ZLF