domingo, 1 de abril de 2007

POEMAS COMPLETOS


Para terminar este ciclo de poesia,deixo-vos hoje com

MANUEL DA FONSECA


ANTES QUE SEJA TARDE

Amigo

tu que choras uma angústia qualquer

e falas de coisas mansas como o luar

e paradas

como as águas de um lago adormecido,

acorda!

Deixa de vez

as margens do regato solitário

onde te miras

como se fosses a tua namorada.

Abandona o jardim sem flores

desse país inventado

onde tu és o único habitante.

Deixa os desejos sem rumo

de barco ao deus-dará

e esse ar de renúncia

às coisas do mundo.

Acorda,amigo,

liberta-te dessa paz podre de milagre

que existe

apenas na tua imaginação.

Abre os olhos e olha

abre os braços e luta!

Amigo,

Antes da morte vir

nasce de vez para a vida.


3 comentários:

greentea disse...

liberta-te dessa paz podre ...

fundamental


para podermos sorrir de novo

Um abraço

aminhapele disse...

Tem toda a razão,Greentea.
Precisamos de sorrir,com gosto.
Ainda andamos na tal paz podre,que herdámos do outro.
Tivemos uma pequena brecha,no tempo,em que rimos e sorrimos abertamente.
Agora,quando sai sorriso,é quase sempre amarelo...

Anónimo disse...

Tenho estranhado: fui o primeiro a postar comentário, mas o mânfio pirou-se. Nikles.

Que é que eu tinha dito?

Que o Manuel da Fonseca é um dos meus eleitos.

E mais dizia, então, que nessa data eu tinha postado algo que não era nada pior... (Almada, dito por M Viegas)
mc