BARRIL DE PÓLVORA

Um dos meus companheiros de almoço,proprietário de uma pequena empresa de congelados,explicou-nos,hoje,que estamos sentados sobre um barril de pólvora que tem o cordão a arder,muito lentamente.
Contou-nos como passou a noite de ontem,num local próximo de Coimbra,em que tinha um carro frigorífico parado há dois dias.
Esse carro teria que ser descarregado até às 7 e meia de hoje,para que houvesse tempo de descongelar os produtos e eles pudessem ser utilizados em dois lares,duas creches,um hospital e duas escolas.
Após discussão violenta com os piquetes,a quem ele se terá recusado a mostrar os documentos da mercadoria e do seu destino,optando por mostrar à GNR,saíu dali com o carro,escoltado por umas dezenas de guardas.
O motorista,foi embora no automóvel do patrão.
Agora,vejamos a sua versão sobre a paralização dos transportadores.
A grande maioria daqueles empresários são proprietários de um,dois ou três carros e não são associados da ANTRAM.
O objectivo da luta seria: o gasóleo profissional (o que eles sabiam ser pouco provável obter) e a modificação da Direcção e dos Estatutos da ANTRAM.
Segundo os Estatutos,os associados têm direito a votos de acordo com o número de carros que possuem.
As grandes empresas dominam a seu bel~prazer a ANTRAM.
Resultado:à boleia dos protestos dos descontentes,os associados da ANTRAM obtiveram maiores regalias.
Os outros,que nem auto-estrada utilizam.ficaram a chupar no dedo!
Por isso,o barril continua com o cordão a arder e,de um dia para o outro,poderá explodir de forma muito violenta.
Oxalá o meu amigo esteja enganado!